sexta-feira, 27 de março de 2009

Já estamos em SP

Corremos um pouco na volta e assim deixamos para uma outra ocasião a visita à região das missões jesuíticas no Rio Grande do Sul e Florianópolis. Minha mãe foi internada, não esteve muito bem, mas agora já está se recuperando e logo mais estará em casa.
Nos próximos dias postaremos as últimas observações dessa viagem.

sábado, 21 de março de 2009

Viagem de volta

Começamos nossa viagem de volta - uns 4.000km no total - em Bariloche. Pensávamos que o deserto tinha acabado, mas ainda tivemos que cruzar uns 300 km em linha reta no sentido Oeste-Leste de um nada impressionante. Apesar de ser tudo asfalto, a estrada é muito perigosa. É uma linha reta e plana, com aquele famoso vento jogando o carro de lado e 35ºC na cabeça. Se dormir o vento termina o trabalho te jogando no barranco.
Pouco a pouco a paisagem vai mudando de novo, o verde vai reaparecendo, os arbustos vão aumentando de tamanho, surge um boi aqui, outro lá, uma boiada, árvores tomam o lugar do vazio e entramos outra vez no pampa umido argentino. Soja para todo lado, tratores e colheitadores indo e vindo se preparando para a safra. Uma beleza.
Mas o campo continua em pé de guerra e nessa semana voltou a fechar as estradas como forma de protesto. Procuramos uma estrada menos visada para evitar problemas e no tunel do Rio Paraná o bloqueio era para os caminhões (filas quilométricas). Conseguimos passar as 6:00 da manhã.
Fizemos mais de 1.000 km hoje e já estamos em Passo Fundo (RS). Hoje no asfalto - depois de tanto rípio - uma pedra jogada por um caminhão acertou em cheio o nosso para-brisas. Como presente de fim de viagem ganhamos uma bela rachadura. Vamos ver se dá para chegar em casa antes de trocar o vidro.

Cine Argentino

Como a Rô já falou adoramos cinema argentino e compramos vários que ainda não tinhamos vistos. Para quem gosta ou quer dar uma olhada vale a pena ver dois filmes com uma atriz extraodinaria - China Zorrilla. Os filmes são Elsa y Fred e Hablando com Mamá.
Para quem tem na tv a cabo o Canal Brasil, aos domingos 22:30 tem uma seção de cinema chamada Cone Sul. A maioria dos filmes são argentinos, alguns uruguaios e chilenos. Vale a pena conferir.

El Gauchito



Por quase todas as estradas que passamos vimos inúmeros santuarios embandeirados, que em sua maioria eram pequenas casinhas de madeira com bandeiras vermelhas ao redor. Haviam também os que tinham bandeiras brancas ou azul celeste.
Esses em vermelho, alguns de tamanho considerável, são feitos em homenagem a El Gauchito. O que pudemos aprender é que esse personagem realmente existiu. Era um peão que agia como Robin Hood, tirava dos ricos para dar aos pobres e acabou crucificado e morte pelos fazendeiros ricos. Pessoas atribuem a ele poderes especiais de atender pedidos e o agradecem montando os santuarios.
Os outros de outras cores são para santos, como Santo Expedito ou uma tal de Difunta Correa - jovem que morreu virgem e também tem o poder de atender aos mais necessitados.
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sexta-feira, 20 de março de 2009

O bosque do Bambi

Um dos pontos altos dos dias em Bari (tô íntima, né?) foi a visita ao Parque Nacional Los Arrayanes - que pra mim está em pé de igualdade com o dos Alerces.
São bosques lindos, lindos... A diferença, pra mim, é que enquanto Los Alerces prima pela cor, Los Arrayanes prima pela luz.
Os arrayanes são árvores cor de canela (algumas têm manchas brancas porque elas "trocam de pele"), de troncos finos e altas. Agora, imaginem, um monte delas e os raios de sol se projetando ali...É uma luminosidade ímpar! Uma luz calma, clara e que te prende como um canto de sereia.
Dizem que foi este bosque que inspirou Disney a escrever a história do Bambi e colocar ele morando num bosque igualzinho esse aqui. Dá pra entender.
A luminosidade gera mesmo um clima meio irreal, mágico, como se ali, escondidinhos, estivessem elfos e fadas (Sininho?). É encantador.
Dá uma olhada nas fotos....Não é de se acreditar que o Bambi mora ali? Que a qualquer hora vai passar correndo?
Dá uma vontade de ficar lá, sentada, quietinha, olhando pro bosque e pegar esses elfos e fadas no pulo! Ô, se dá!

p.s.: sei que ando muito "superlativa"...é um tal de "magnífico", "ímpar", "exuberante"...parece exagero, né? Mas a verdade é que por aqui tudo magnífico, ímpar e exuberante!

Um amor e uma cabana

15.03 - Saímos de Esquel em direção a Bariloche, passando por El Bolson. Tudo perto, tudo asfalto, tudo de bom.
El Bolson, nos anos 70, era como um centro hippie, assim como uma Mauá aí. Hoje já não é mais isso, embora - claro! - ainda tenha a indefectível "feirinha hippie" - e gente com aquele visual "poncho & conga". Menos bonitinha e charmosa do que esperávamos.
Então, bóra pra Bari!
Uau! Show de bola!
Ficamos novamente numa cabana. Aliás, adoramos este lance das cabanas. A gente fica mais à vontade, tem um clima mais de "casa". Depois de andar o dia inteiro, é bem legal poder ficar mais de boa, preparar um jantarzinho, tomar um vinhozinho...Sem a formalidade de restaurantes (a gente tá cansado deles!).
Em Bariloche, a "nossa casa" tinha aparelho de som e dvd, de forma que pudemos ouvir e ver algumas das nossas aquisições (compramos vários cds e dvds de filmes nacionais - adoramos o cinema argentino).
Além disso, a cabana dá de cara para o lago Nahuel Huapi que é uma visão mais que magnífica! Aliás, em Bariloche é difícil você não dar de cara com ele: Nahuel está por todo lado, che!
Como primeiro programa fizemos o "circuito chico" (lembra, Mauro?) que é uma volta pequena pelo parque e que oferece lindas vistas da cidade. Visitamos também Villa Angostura, que em termos de charme dá de 10 a 0 em El Bolson. Muito linda, mas como diz minha amiga Thaïs (com trema e tudo!) faz "um frio di bódi" (que deve ser lido com sotaque nordestino). E pra quem não sabe, "frio di bódi" quer dizer muito, mas muito frio!
Em Bariloche o tempo meio que brincou com a gente. Chegamos no domingo com o maior calor - 27ºC!
Rapidinho e feliz da vida, tratei de guardar as roupas de frio no malão (que é uma espécie assim de guarda-roupa que quase não sai do carro) e separei as de calor pra ficar na malinha de mão.
Menino, durante a madrugada choveu (muito) e ventou (paca) e o dia amanheceu com 5ºC! Pode???
E tome luva, cachecol, protetor de orelha e casacão encardido! De novo! O bom é saber que depois a gente volta pra cabana quentinha, veste shorts e camiseta e vai blogar!

Trilha Sonora II

Uma outra descoberta foi Andres Cavas, um cantante colombiano. Beeeem legal. Adorei o cd inteiro, que se chama "Amores Dificiles". Para quem se interessar www.cabasmusic.com . Uma das minhas preferidas é "Bonita". Confiram!

terça-feira, 17 de março de 2009

Trilha Sonora

Para enfrentar uma viagem comprida como essa viemos munidos de vários CD's e meu Ipod carregado de músicas dos anos 70. Como era para entrar no ritmo latino Julieta Venegas e Maná estavam entre os nossos preferidos.
Mas o melhor mesmo era escutar as rádios locais, prestar atenção aos sons novos e diferentes que escutávamos nos restaurantes, lojas e TV.
Ouvimos de tudo, muita música regional de qualidade duvidosa, mas muita coisa boa também. Músicas que nunca ouviríamos aí no Brasil, além, é claro, de alguns clássicos de tango, Mercedes Soza e Fito Paez.
Logo no começo descobrimos um grupo chamado Nocheros que, fazendo música regional do Norte da Argentina, tem algumas baladas romanticas lindas. Compramos um CD mas não era o melhor, estamos à caça do que tem as músicas que gostamos.
A grande revelação no entanto foram Los Fabulosos Cadillacs, um grupo argentino de rock, que ouvimos sem parar, em especial de manhã. Gás total. A música Padre Nuestro é o nosso hit do momento. Esse pessoal já tem um tempinho de estrada, cara de Sá, Rodrix e Guarabira e um som que lembra Skank e Paralamas.
Pelo visto, além das fotos vamos ter que editar um CD com a trilha sonora.

Para Família Mattos

Estivemos num lugar maravilhoso, uma praia num lago de cores indiscritiveis no Parque Nacional de Los Alerces em Esquel. O nome da família estava lá.
Lembrei de todos voces e claro da Vó Arminda e Vô Mattos, que tanto gostavam de viajar. Beijos a todos.

PS.: deem o endereço do blog para o Moa e filhas. Quem sabe eles gostariam de ver também.
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Sensibilidade no olhar

Como disse o Dudu: tem muita gente fazendo o mesmo trajeto, mas poucos fazendo a mesma viagem. Nem entre nós dois a viagem é a mesma.
De toda a forma, a viagem em si vem sendo registrada de forma magnífica pelo Dudu.
Tá, eu sei que é besta elogio deste tipo (de mãe pra filho, de mulher para marido). É sempre suspeito, parece nhém-nhém-nhém de casal. Mas, as fotos estão aí pra quem quiser ver .
Claro que tem as fotos “tradicionais”, que todo mundo tira, tem o fato de que por aqui tudo é tão lindo que facilita obter bons resultados.
Mas, tem esse olhar particular do Dudu. Ele vê o diferente. Enxerga detalhes e possibilidades raras. Percebe ângulos inéditos, capta imagens inesperadas, com sensibilidade e delicadeza.
E assim essa viagem vai sendo registrada visualmente com tudo o que ela nos trouxe de novo e surpreendente.
Um dia, lá na frente, a memória dá a mão pra foto e leva a gente de volta pra todos esses lugares...

Outros tons

A parada em Esquel foi uma agradável surpresa. Nossa “hosteria” era um charme só (como vcs podem ver pelas fotos) e o dono – “Rór-rre” – uma simpatia. À noite, bem ao acaso, achamos um restaurante – “Casa Grande” – igualmente charmoso e – claro! – com um vinho prá lá de bom!
Mas, o ponto alto foi o Parque dos Alerces – que ganha em belezura de todos os outros que vimos até agora. Tem lá 3 lagos e 2 rios, cujas águas têm cores indescritíveis! O maior lago é o Futalaufquen, como dizem os argentinos ou Futaleufu, como dizem os chilenos . De qualquer forma, como diz nosso amigo Fe Maninho: esse Futa é o seguinte!
Não dá pra dizer simplesmente que os lagos têm um maravilhoso cor azul-marinho e os rios uma água verde-esmeralda. É pouco. O azul é “azul-nó-na-garganta” e o verde é “verde-de-tirar-o-fôlego”.
Além disso, como saímos do deserto, tem uma vegetação mais exuberante e como diz Guimarães Rosa: “Perto de muita água tudo é feliz”. É assim que é o Parque dos Alerces: um lugar que provoca euforia a cada lago, cada rio, cada “punta” (píer).
Aliás, tem lá a “Punta Mattos” (assim mesmo, com 2 “ts” e tudo). Fotografado e registrado, com o belo representante (hehe) da família Mattos ao lado da placa (essa família, hein? Andou por tudo quanto é canto!).
A partir de agora, nossas paisagens apresentam outros tons, outros sons...Mas a beleza, a imensidão ainda nos acompanham.

p.s.: na nossa chegada em Esquel fomos ao centro de turismo e quem o Dudu encontra lá? A dupla de sul-africanos que tentavam – sem sucesso – comunicar-se em inglês com a “chica” que só hablava español . Eles, além do bom e velho “gracias” – não falam nadica de espanhol. Imagina a alegria deles ao ver o Dudu/Eddie! Aí foi o que bastou para selar a amizade - trocar de cartões e promessas de envio de e-mail.

sábado, 14 de março de 2009

Um moreno todo azul

Caminhar no gelo, com grampones e tudo, foi uma das coisas mais divertidas dessa viagem! Junta um tanto de aventura (parece coisa de filme) e de brincadeira. A gente ri o tempo todo.
Agora quando este "gelo" é o glaciar Perito Moreno - aí, meus queridos - é pura magia.
São mil tons de azuis, formas várias, pequenos rios, uma explosão de beleza. E eu ali, sem acreditar que estava ali.
Visto das passarelas do parque, este Moreno hipnotiza: a gente fica olhando, olhando e vai dando uma calma, uma emoção, uma vontade de agradecer (à Natureza? a Deus?).
De vez em quando cai um pedaço e as pessoas vibram, como se o glaciar tivesse se manifestado, tivesse "presenteado" os visitantes com uma movimentação.
Diferente de outros glaciares, este aqui não diminui de tamanho: nos últimos 100 anos, o que ele perde nas suas rupturas ele ganha novamente em neve compactada, que desce lá das montanhas. Justamente ele como esse nome de "menino-amigo-de infância" tem essa força toda (pensa bem, "Perito Moreno" não podia ser o nome daquele menino do fim da rua? não dá pra ouvir a mãe dele chamar: "Periiiito, vem tomar banho, menino!").
Esse moreno todo azul me arrebatou definitivamente e deixou mais bonita (e azulada) a minha oficina da memória.

p.s.: contrariando minhas expectativas, o passeio ao Perito Moreno foi bem mais fácil do que eu pensava. Tirei de letra!

Viajantes ilustres, locais históricos

A figura ao lado - nada mais nada menos que Butch Cassidy - junto com seu amigo Sundance Kid e a mulher Etha Place, depois de assaltarem um banco em Rio Gallegos, fugiram para o Chile cruzando a Patagônia argentina. Pararam para descansar e comer no Parador Las Leonas, que ainda hoje existe e onde nós fomos tomar um café. O lugar é uma tradição na Ruta 40.
Por essa zona passaram inúmeros cientistas e pesquisadores, mas o mais notável e famoso é o Franciso Pascasio Moreno, o Perito Moreno. Em homenagem ao seu formidável trabalho seu nome está em glaciares, montanhas, vilas, parque nacionais, etc.
Não muito longe do Parador Las Leonas está o Pico El Chaltén, também conhecido por Fitz Roy. É um mito entre os trekkers e escaladores.
Existem inúmeras cavernas com desenhos rupestres, alguns datando mais de 10.000 anos. O conjunto mais vistoso está na Cueva de Las Manos no Vale do Rio Pinturas, perto de Bajo Caracoles. Esse vilarejo é chave nessa travessia do deserto, pois é o único lugar a ter combustível em mais de 300km. Foi aí onde encontramos os motoqueiros sul-africanos pela primeira vez.
Como dividimos a travessia em duas partes dormimos na Estancia Los Toldos que fica exatamente no meio do nada (ver foto no album web). É uma propriedade de criação de ovelhas e gado bovino e que também fatura com o turismo rural, fonte importante para as estancias aqui na Patagônia. Quando chegamos deu um frio na barriga e uma sensação Chez Jollie (para quem não viveu essa experiência, é uma sensação de furada total). Rapidamente informamos que ficaríamos só uma noite e não as duas conforme planejado. O quarto era bem mais ou menos e fazia frio dentro do hotel. Saímos ainda com sol para ver o Cañadon (Canyon) do Rio Pinturas. Estávamos só nos dois hospedados no hotel e às 8 da noite fomos jantar já resignados com a inevitável gororoba que nos iriam servir. Surpresa! Tivemos um dos melhores jantares da viagem: souflê de calabaza (abóbora pequena) servida na própria, um suculento bife com legumes agridoces e de sobremesa paquecas de maçã com sorvete de creme. Quem poderia imaginar. Mas a noite foi emocionante. Lá pelas 4 da manhã um vento ainda mais forte que o normal soprou até depois das 6. Parecia que ia arrancar tudo, telhados que ameçavam levantar vôo, portas que rangiam e uma escuridão total no hotel (não tem energia depois da meia noite). E nós acordados, sem conseguir dormir pensando no carro que haviamos deixado na frente do hotel. As únicas coisas calmas eram o céu estrelado e a luz da lua que ilumiva os campos ao redor do hotel e passava, ainda que a gente não acreditasse muito, uma idéia de normalidade. Quando levantamos tudo estava quieto de novo, só com o vento habitual. Os daqui nem ligam, é normal.
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A Travessia do Deserto

Terminamos! Terminamos hoje a travessia da Patagonia entre El Calafate e Esquel. Foram quase 1.200 km pela Ruta 40, sendo que metade em rípio. O que vocês vêem na foto é o que chamamos de rípio nota 10. Se parece com uma brita compactada onde dá para andar a uns 80 km/h sem grandes riscos. Em boa parte da estrada esse rípio se convertia em uma cobertura de pedras soltas bem maiores do que essas, o que fazia obrigatório diminuir a velocidade. Fizemos um bom trecho a 35km/h e obviamente tivemos mais um pneu furado, mas dessa vez sem grandes consequencias. Um pequeno furo, reparado na segunda "gomeria" que encontramos. A primeira estava fechada porque o dono estava fazendo a "siesta" e nem apareceu para nos atender.
Dirigir nas estradas de rípio exige uma leitura constante da estrada, um atenção enorme para não se pegar a trilha errada ou não ficar no lado das pedras mais soltas, com o carro muito instável.
A paisagem é arida, de uma imensisão provocante e de dimensões que só fazem destacar nossa insignificância. É uma ausência completa que nos preenche. Nas retas intermináveis o pensamento vai de um lado a outro, tentando lidar com tamanho espaço vazio, com o aparente infinito.
São poucos aqueles que estão fazendo a mesma viagem, são muitos aqueles que estão fazendo o mesmo trajeto. Entre ontem e hoje encontramos, em pontos diferentes da estrada, uma dupla de motociclistas sul-africanos divertidissima, na mesma viagem. É impressionante ver como eles tem que pilotar a moto para compensar o vento. Andam inclinados a 70º contra o vento, se não dança. Só hoje o alarme de estabilidade do nosso carro apitou duas vezes e olha que estávamos bem cuidadosos.
Hoje já estamos em Esquel e agora começa a etapa dos lagos, com muita água e verde. É a outra face da Patagônia.
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quarta-feira, 11 de março de 2009

El Calafate

Estive aqui pela primeira vez em dezembro de 1996. Como mudou. A cidade cresceu muito, ganhou ruas pavimentadas, dezenas de restaurantes, inúmeros hotéis, aeroporto e até a estrada do Parque dos Glaciares foi totalmente asfaltada.
O que não mudou foi a beleza do Glaciar Perito Moreno. É de tirar o folego. Tem algumas fotos no album da web.
Tivemos muita sorte com o tempo aqui também. Quando chegamos fazia mais de 27ºC, hoje diminuiu um pouco mas com céu azul, quase sem nuvens. E de noite: lua cheia. O mais importante foi a ausência do vento, que aqui chega a ser criminoso. Não raro atinge mais de 80km/h, às vezes bem mais.
Amanhã bem cedo pegaremos a Ruta 40 para fazer mais de 500km, sendo 75% em rípio. Vamos a Bajo Caracoles, onde pertinho (em termos patagônicos) visitaremos a Cueva de Las Manos, um conjunto de cavernas com pinturas rupestres feita pelos antigos habitantes dessa região. Acho que por lá não teremos acesso à Internet. Vamos ver, se não der de lá, postaremos as mensagens em Esquel, a parada seguinte.

terça-feira, 10 de março de 2009

Parabéns a você nessa data querida...

Beijos especiais para a Carolina/Carô que fez aniversário ontem (9) e Marcio e Álvaro que fazem hoje.
Não esquecemos e para comemorar vamos tomar (mais) um vinho essa noite.

Superação & conquista

Torres del Paine é realmente lindíssimo! Aliás, todos os parques, todas as paisagens por aqui são fortíssimas de tão belas! E a beleza fica grudada na retina e guardada pra sempre na oficina da memória.

O problema aqui é que tudo é na montanha, depois da montanha ou entre montanhas. Então é um tal de sobe e desce, sobe e desce, ou sobe, sobe, sobe (ai, ui, ai) e depois desce, desce, desce (ai...).

Exerce um fascínio tão grande nas pessoas que vem gente de tudo quanto é idade e de várias cantos do planeta pra caminhar/escalar todos os reconditos dos parques e chegar o mais perto possível das atrações do lugar.

Algumas dessas pessoas certamente têm um preparo físico e tiram de letra. Outras não. São as que buscam a superação, passando por cima da dor e do desconforto físico pelo prazer (e para eles - conquista) de chegar onde poucas pessoas chegarão. Não é nem superar o outro, é superar a si mesmo.

Não é o meu caso. Não busco a superação, não sou atraída por desafios. Tem uma música do Marcelo Camelo (do Los Hermanos) que diz: "Eu que nunca fui assim muito de ganhar, junto as mãos ao meu redor, faço o melhor que sou capaz, para viver em paz." ("O Vencedor). É assim que sou.

Essas pessoas são do tipo "vim, vi e venci". Para mim, vir e ver já é legal. Aliás, vir, estar aqui já é bacana demais.

Por outro lado, por aqui a gente não tem muita saída, porque como disse antes, o mais bacana, o mais bonito está sempre no lugar mais difícil de chegar.

Então, apesar do sofrimento e de certa "rabugice", tenho ido, subido, subido e chegado lá. E vale dizer que sempre compensa (ainda que eu precise de tempo pra me recuperar e apreciar o lance todo).

Amanhã mesmo vamos caminhar no glaciar Perito Moreno. E por "caminhar" entenda-se quase 3 horas de subidas e descidas! Mais descolada, vou me preparando, ciente do que vou passar.

Mas, no meu caso, não faço pra vencer. Faço pra agradecer.

Ruta 40 - Aí vamos nós


Estamos em El Calafate na Argentina e para chegar aqui pegamos o primeiro trecho da Ruta 40, mítica estrada que com mais de 5.000km atravessa a Argentina de Norte a Sul. Nesse primeiro dia pegamos um trecho de mais de 60 km de rípio (cascalho) que surpreende pelas condições. Primeiro a estrada é larga, sinalizada com placas e tem até telefones de emergência. Por outro lado, andar no rípio exige cuidados. Andar traçado é melhor, frear sempre com cuidado e devagar, se não perde totalmente a aderência. Geralmente existe uma trilha e é melhor seguí-la. Fora dela tudo é mais difícil e controlar o carro complicado. Às vezes dá para fazer uns 90 km/h, mais comum é ficar nos 60/70 km/h. Não cruzamos nenhum carro nesse trecho. Depois de amanhã vamos fazer mais de 400 km em rípio, vamos ver o que vai dar. Estamos preparados para passar do dia todo na estrada.
Ainda não resolvemos se vamos subir pela Ruta 40 até Bariloche, ou se vamos entrar pelo Chile (Paso Balmaceda) e subir paralelo pela Ruta 7, a Carretera Austral. Devemos decidir isso amanhã.
Hoje também cruzamos vários ciclistas com suas bikes carregadas pedalando a toda em direção ao Sul. De carro já não é uma moleza, de bicicleta então, nem pensar.
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Síntese da Patagônia (parte II)

Ontem não mencionei a fauna que vimos no Parque Nacional das Torres del Paine, ela também síntese do que vimos e existe na Patagônia. Os onipresentes guanacos, agora aos bandos, por todos os lados. Seu predador natural é o puma (para nós, onça parda ou sussuarana), que ainda bem não vimos, que habita os campos e colinas do parque. Os fazendeiros vizinhos do parque ao encontrarem um em suas propriedades, apesar de proibido, não exitam em passar fogo no felino. De hábitos noturnos, numa só noite quando a femea está ensinando os filhotes a caçar podem abater 20/30 carneiros de uma vez. Tome prejuízo.
Raposa vimos duas, uma mais avermelhada e outra branquela -aquela da foto - pareceram amistosas. Lebres correndo ligeirinhas para todos os lados e ñandus (assim com til no N, que são parentes menores da nossa ema) fugindo em disparada são bem comuns por aqui.
Agora para nós o ponto alto foi ver o condor. Vimos um bem de perto e muito rápido, vimos vários por algum tempo, mas bem de longe. Impressiona pelo tamanho - realmente enorme -
mas decepciona por que é um urubuzão, com uma gola branca no pescoço. Como o primo menos nobre só come carniça, em especial, restos de guanaco deixados pelos pumas.
Várias aves, como o carancho (carcará) e uma outra de bico fino, grande e curvado que esqueci o nome são encontradas também. E tem o huemule, uma espécie de cervo, muito dificil de ser vista.
Imaginem se estivessemos descrevendo a fauna de um dos Parque Nacionais no Brasil. Não haveria espaço suficiente.

domingo, 8 de março de 2009

Torres del Paine - síntese da Patagônia

Nos últimos três dias temos explorado diversos cantos desse parque nacional lindíssimo, com inúmeras atrações, bem organizado, explorado de forma sustentável e atraindo gente de todo o mundo. Só hoje foi possível identificar pessoas falando hebreu, alemão, francês, italiano, holandês, português e, é claro, espanhol e inglês. Animados grupos subindo ou descendo as montanhas, cruzando as trilhas com suas mochilas coloridas enormes e pesadas. Muita gente acampa no parque, onde tem vários lugares específicos com infra. O hit para os trekkers experientes é a trilha W, que dura 4 dias ou a Maciço Paine 7 dias ou mais.
Na medida em que a gente se aproxima do parque, vai ao longe vendo surgir a formação rochosa que aparece no meio das colinas patagônicas quase sem vegetação. É uma impressionante parede de rocha, terminada em 3 torres que dão nome ao parque. Difere radicalmente das formações originadas por explosões vulcânicas, o que lhe dá uma forma única.
Além da atração principal – as torres – existem no parque diversos lagos com tons diferentes de azul e verde predominando em suas águas. Alguns estão ligados diretamente aos glaciares e se pode ver icebergs – que aqui se chamam tempanos – formados pelo gelo desprendido.
Tivemos muita sorte com o tempo. Hoje fez sol o dia todo, céu limpo e a temperatura passou dos 20ºC. E não ventou, o que faz toda a diferença. Aqui o vento é impressionante, zumbe o tempo todo, corta pelo frio e pela velocidade. Ontem quando subimos a montanha a cavalo passamos pelo Paso Del Viento. Dá para imaginar? Uma trilha mínima, num penhasco de mais de 300 metros de altura com um rio pedregoso no fundo, em cima de um cavalo e enfrentando um vento que desequilibrava até os pobres animais. Era melhor ficar de olho fechado, o vento até que justificava.
Ontem à noite experimentei um prato típico que, por ser tão simples, é a nota gastronômica da viagem até agora. Chama-se Pastelera de Choclo. Nada a ver com pastel, nem com chocolate, viu Mauro. É um rústico creme de milho (choclo = milho), bem temperado que foi servido como acompanhamento. Pode ser servido como prato principal adicionando-se carne ao creme. Hoje vou tentar uma outra combinação, depois vamos tentar repetir em Villa Grappa.
Amanhã cedo pegamos nosso jipe e vamos para El Calafate, na Argentina outra vez. Serão pouco menos de 300 km e mais de 5 horas de viagem. Tudo a depender do tempo que vamos gastar na Imigração e Aduana.
Hoje é lua cheia e o céu continua limpo, acho que vamos ter um entardecer inesquecível e uma noite estrelada de luar. É para não esquecer nunca mais.

O ViIão da Estória

O pequeno parafuso (à esquerda da foto para os que ainda não conseguiram indentificar) foi responsável por um buraco de razoáveis proporções no pneu furado na estrada que nos levava à Punta Arenas. Não teve conserto, PT - perda total. Tivemos que comprar um novo que, por sorte, o revendedor Goodyear tinha um (apenas um) do modelo compatível em estoque.
Passamos também pela autorizada Jeep, que deu uma olhada no cambio e o diagnóstico foi a trava automática que entrou em ação. Tudo normal, sem problemas.
Assim com o carro com pneu novo, cambio examinado e lavado tocamos para Torres del Paine.
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quinta-feira, 5 de março de 2009

Para Lucas, Vinicius, João e Tom

Fizemos um passeio no "Trem do Fim do Mundo", que quando estava lá parado na estação, parecia o Expresso para Hogwarts!
Aí fiquei pensando: ontem, acho que vi o Hagrid - casacão, barba, cabelão...Sei não, por trás destas montanhas, bem pode se esconder a escola de Magia de Dumbledore...
Enfim, fiquei desejando que um dia todos vcs possam estar aqui e ver tudo o que estou vendo.

Imensidão & silêncio

Estar em Ushuaia é estar no meio do belo e do grandioso. Tudo aqui é silêncio e imensidão. Toda a Patagônia, aliás.
As visitas as "pinguineras" são quietas, não há algazarra, gente falando alto. Até porque existem avisos: "aqui não é um hospital, mas é preciso silêncio".

É um dos lugares onde a natureza se exibe e se revela em poder, grandeza e força. Há uma imponência , que quase ameaça, previne.
Não tem essa de "tadinha da natureza, sendo destruída pelo homem". Aqui, a Natureza parece que manda, que se impõe. É para mim, até agora, a forma mais contundente de se pedir respeito.
Além disso, a combinação de silêncio e imensidão estimulam reflexões sobre a gente mesmo, a vida, o mundo. Nas longas caminhadas, na contemplação de paisagens infinitas, na grandeza da Cordilheira é um pensar que não se acaba... Bem bom. A gente acaba, meio sem querer, "visitando" os nossos próprios "fins de mundo" - que é uma forma da gente tentar ser melhorzinho, né?

quarta-feira, 4 de março de 2009

Deixamos a Terra do Fogo

Hoje cedinho saímos de Ushuaia em direção à Punta Arenas na beira do Estreito de Magalhães, já no Chile. São 570 Km, sendo 200 Km mais ou menos em rípio e duas imigrações, uma argentina e outra chilena, o que faz a viagem demorar bastante. Geralmente se leva entre 10 e 12 horas, sempre dependendo do movimento nas fronteiras e da fila da balsa. Hoje estava tranquilo e fizemos a viagem em 9:30, contando os 45 minutos que perdemos para trocar um pneu furado.
Nossa estada em Ushuaia foi ótima e pude ver uma cidade diferente daquela que conheci em 1995, principalmente o Parque Nacional e as montanhas das redondezas. Obviamente comemos muita centolla. Muita!
Além da parte turística deu para levar o carro na autorizada para uma mini revisão, troca de óleo, etc.
Encontramos lá um casal do Brasil fazendo basicamente a mesma viagem que nós. Saíram inclusive na mesma data - 18 de Fevereiro - eles de Valinhos e nós de Itu e chegamos praticamante juntos em Ushuaia. Pelo roteiro pode ser que nos encontremos de novo pelo caminho. O que mais nos chamou atenção, além da simpatia e semelhança com o saudoso Lívio Pincherle (italianos interessantes, com aquele leve sotaque delicioso) é que o Giorgio De Angeli - esse é nome dele - tem mais de 80 anos. Incrível! Já ficou de cama uns dois dias e continua sua viagem com uma amiga pelo menos 20 anos mais jovem. Bárbaro!
Na estrada muitos grupos de motos e até um de bicicleta. Também cruzamos com um Land Rover da França, que a tomar pelas bandeirinhas no para-brisas já tinham estado no Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Pena não ter dado para conhecê-los e saber da viagem que estão fazendo.
Amanhã cedo antes de subirmos para Torres del Paine, tenho que arrumar o pneu (dado o tamanho do buraco eventualmente comprar um novo) e checar o cambio que apresentou um problema hoje na estrada. Vamos ver o que rola.

Fotos, onde achar. Photos: where to find

O link para ver as fotos no album web é

http://picasaweb.google.com.br/Edu.Vilareal/Patagonia2009Web?authkey=Gv1sRgCI-vqJyo-ZSnfQ&feat=directlink

Vamos ver se agora funciona melhor e se cabem todas as fotos (pelo menos as melhores)

segunda-feira, 2 de março de 2009

Paixões à primeira vista

Ushuaia me ganhou de cara! Muito lindinha! Estamos hospedados num lugar chamado "Patagonia Villa" - um conjunto de 4 ou 5 chalés, fora do centro da cidade.

Nosso chalé é charmosíssimo, com 3 níveis: primeiro a cozinha, segundo a sala (com lareira!) e o quarto lá em cima...Da janela, lá longe, a gente avista os picos nevados.

E mais: o sistema de aquecimento é super, tudo embutido, a gente nem sabe de onde vem, mas o chão é quentinho e aqui dentro a gente fica só de short e camiseta.

Para celebrar, centollas (Malu, adorei!!) e vinho branco.

Ontem fomos ao Parque Nacional. MA-RA-VI-LHO-SO! Paisagens de cartão postal. Toda foto sai linda, não tem como errar.

Fizemos uma caminhada de 3 horas, às vezes debaixo de chuva. Porque aqui é assim: chove forte durante 3 minutos e depois abre um solzão e, sei lá, 5/6 vezes por dia.

Mas, estávamos equipados - gorro, luva, bota, casaco impermeável - de forma que nosso espírito expedicionário nem se abalou. Te cuida, Indiana Jones!

Claro que depois de 3 horas, com o pé em chamas, o coração na boca, a língua quase relando no joelho, eu queria uma cadeira num lugar quentinho. E aí tem o restaurante, com vista pruma lagoa linda (esqueci o nome desta, mas também não importa), quentinho e com comida boa - o verdadeiro "repouso do guerreiro" (no caso, guerreiros, meus pés, tadinhos...)



p.s.: se o fim do mundo é isso, se no Apocalipse o cardápio incluir centollas e vinho branco, podem me chamar pra festa!

Para Silvia y Rubén

Estimados amigos, seguimos en Ushuaia hasta el día 5, cuando tempranito nos vamos a Punta Arenas. Ayer estuvimos todo el día en el Parque Nacional. Lindíssimo. Hoy vamos nos quedar en la ciudad por la mañana y a tarde hacer la navegación por el Beagle.
En la primera noche ya fuimos a comer centollas. A Rosana, que nunca havia provado, le gusto muchíssimo.
Besos

domingo, 1 de março de 2009

To Gayle

Maybe you have been following our journey without getting much of what is going on. We left Itu 11 days ago and after driving for more than 6.500km we arrived yesterday in Ushuaia, the southern most city in the world, just at the banks of the Beagle Channel. It's been a fantastic trip specially for crossing the windy Patagonia. A huge, really huge region, with a diverse landscape, from a predominant flat desert like one to other dominated by green forests and huge mountains in the south.
Here we will stay for 4 days before going to another National Park in Chile. The seafood and wine are fantastic.

A travessia da Patagonia

Foram mais de 2.000km para cruzarmos toda a Patagonia de Norte a Sul pelo lado do Atlântico. A transformação da paisagem é marcante. Saindo do pampa úmido, a agricultura intensiva vai dando lugar às pastagens com um gado muito lindo e bem diferente do nosso Nelore. Mais à frente o pasto vai empobrecendo e os carneiros tomam o lugar das vacas. A paisagem se transforma numa planície sem fim, de cor verde claro que vai se colorindo de amarelo escuro e depois fica mais claro. Desértico. Lunar às vezes. E com essa paisagem viajamos vários dias, até que cerca de 150 kilometros de Ushuaia começam a parecer as primeiras árvores, raquíticas ainda, que vão aumentando de tamanho gradativamente até formarem bosques bem verdes. A planície sem fim cede lugar a pequenas montanhas e logo depois surge a Cordilheira dos Andes, imponente com suas neves eternas nos picos mais altos. Entre as montanhas vários lagos, um mais bonito que o outro, com as águas variando de azul turquesa, verde esmeralda a prata cintilante.
Impressiona na vastidão patagônica o vento. Muito forte, frio e constante. Para dirigir é preciso muito cuidado e afeta o consumo de combustível bastante. Se adicionar a isso os trechos de rípio (cascalho) a velocidade cai muito e o consumo sobe ainda mais. Cruzar com caminhões nessas estradas não é das coisas mais agradáveis. Mas vale dizer que as estradas são boas, sem as crateras que conhecemos bem aí no Brasil.
Não cruzamos até hoje com nenhum carro brasileiro, na verdade com nenhum brasileiro com a exceção do trapezista que a Rô mencionou.

Aberta a temporada do cachecol!

Dia 28, 7:40hs, 11°C. Saída para Ushuaia.

Fica a menos de 600 km de Rio Gallegos, mas a gente leva o dia inteiro pra chegar. De carro, a gente tem que atravessar o Chile e aí, como aduana é aduana em qq lugar: a gente perde um tempo enorme!
Além disso, boa parte da estrada é de "rípio" (cascalho), o que significa que a "velocidad promedio" (como diz o Dudu em bom espanhol) é de 60km/hora!
E dá-lhe estrada! Já andamos tanto nesta ruta 3 (que corta toda a Argentina), que doravante assuminos a alcunha de "Los Guanacos Brasileños" - os guanacos são bichos simpáticos (ui, que modéstia), que só vivem aos pares e que você vê o tempo todo na beira da ruta 3.
Por aqui há uma beleza da vastidão. É tudo amplo, aberto e dá bem a noção da grandeza do mundo.
Plagiando Drumond (*): o mundo é grande e cabe aqui na lente da nossa máquina digital.
Agora, Ushuaia. O fim do mundo. Frio danado! Bem bom! Finalmente vou poder usar meus modelitos invernais e todos os lindos cachecóis! (dá-lhe Marina!)
Mas, essa depois eu conto, agora vou passear!
bjs


(*)Poema curto de Drumond, que mostra tb toda a grandeza do poeta: "O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande é cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no curto espaço de beijar."

Expedicionários ou caixeiros-viajantes?

(Post atrasado)
Ufa! Nossa rotina tem sido estrada(muita!) de dia, chegar nas cidades finalzinho de tarde, dar uma voltinha, jantar e cair na cama!
Nem dá pra ver direito os lugares, mas estes são mesmo só passagens. De toda a forma, achei tanto Comodoro Rivadavia como Rio Gallegos simpatiquinhas.
A estrada pra Rio Gallegos tem um pedaço grande à beira mar, que deixa tudo + bonito.
Por aqui, eles têm litoral mas não têm praia. Venta que é uma desgraça! As planícies, como já disse, são áridas, sem uma arvorezinha, é tudo aberto, meio deserto assim. Então, o vento corre solto! O carro chega a balançar! Filmamos o vento que é pra depois ninguém dizer que tô exagerando...
Encontramos um brasileiro pela primeira vez.E adivinhem? Neguinho era trapezista de um circo que estava em "tourne" pela Argentina. O nome do circo? "Circo del Sol" ! hahaha! Qualquer semelhança com "Cirque du Soleil" é mera sacanagem!
Essa vai pros irmãos:
- na trilha sonora, tocava "Nocheros", um grupo local que o Dudu ouviu em La Elvira, gostou e comprou o CD. Gente, o grupo lembra aquele tal de "Juanito" (era esse mesmo o nome?)! Aquele LP que o pai tinha de capa branca, com aquele cara de calça bombacha azul, camisa branca e um poncho todo colorido...lembram? Nooossa! Minha infância inteira apareceu na minha frente!
bjs