Por essa zona passaram inúmeros cientistas e pesquisadores, mas o mais notável e famoso é o Franciso Pascasio Moreno, o Perito Moreno. Em homenagem ao seu formidável trabalho seu nome está em glaciares, montanhas, vilas, parque nacionais, etc.
Não muito longe do Parador Las Leonas está o Pico El Chaltén, também conhecido por Fitz Roy. É um mito entre os trekkers e escaladores.
Existem inúmeras cavernas com desenhos rupestres, alguns datando mais de 10.000 anos. O conjunto mais vistoso está na Cueva de Las Manos no Vale do Rio Pinturas, perto de Bajo Caracoles. Esse vilarejo é chave nessa travessia do deserto, pois é o único lugar a ter combustível em mais de 300km. Foi aí onde encontramos os motoqueiros sul-africanos pela primeira vez.
Como dividimos a travessia em duas partes dormimos na Estancia Los Toldos que fica exatamente no meio do nada (ver foto no album web). É uma propriedade de criação de ovelhas e gado bovino e que também fatura com o turismo rural, fonte importante para as estancias aqui na Patagônia. Quando chegamos deu um frio na barriga e uma sensação Chez Jollie (para quem não viveu essa experiência, é uma sensação de furada total). Rapidamente informamos que ficaríamos só uma noite e não as duas conforme planejado. O quarto era bem mais ou menos e fazia frio dentro do hotel. Saímos ainda com sol para ver o Cañadon (Canyon) do Rio Pinturas. Estávamos só nos dois hospedados no hotel e às 8 da noite fomos jantar já resignados com a inevitável gororoba que nos iriam servir. Surpresa! Tivemos um dos melhores jantares da viagem: souflê de calabaza (abóbora pequena) servida na própria, um suculento bife com legumes agridoces e de sobremesa paquecas de maçã com sorvete de creme. Quem poderia imaginar. Mas a noite foi emocionante. Lá pelas 4 da manhã um vento ainda mais forte que o normal soprou até depois das 6. Parecia que ia arrancar tudo, telhados que ameçavam levantar vôo, portas que rangiam e uma escuridão total no hotel (não tem energia depois da meia noite). E nós acordados, sem conseguir dormir pensando no carro que haviamos deixado na frente do hotel. As únicas coisas calmas eram o céu estrelado e a luz da lua que ilumiva os campos ao redor do hotel e passava, ainda que a gente não acreditasse muito, uma idéia de normalidade. Quando levantamos tudo estava quieto de novo, só com o vento habitual. Os daqui nem ligam, é normal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário