domingo, 8 de março de 2009

Torres del Paine - síntese da Patagônia

Nos últimos três dias temos explorado diversos cantos desse parque nacional lindíssimo, com inúmeras atrações, bem organizado, explorado de forma sustentável e atraindo gente de todo o mundo. Só hoje foi possível identificar pessoas falando hebreu, alemão, francês, italiano, holandês, português e, é claro, espanhol e inglês. Animados grupos subindo ou descendo as montanhas, cruzando as trilhas com suas mochilas coloridas enormes e pesadas. Muita gente acampa no parque, onde tem vários lugares específicos com infra. O hit para os trekkers experientes é a trilha W, que dura 4 dias ou a Maciço Paine 7 dias ou mais.
Na medida em que a gente se aproxima do parque, vai ao longe vendo surgir a formação rochosa que aparece no meio das colinas patagônicas quase sem vegetação. É uma impressionante parede de rocha, terminada em 3 torres que dão nome ao parque. Difere radicalmente das formações originadas por explosões vulcânicas, o que lhe dá uma forma única.
Além da atração principal – as torres – existem no parque diversos lagos com tons diferentes de azul e verde predominando em suas águas. Alguns estão ligados diretamente aos glaciares e se pode ver icebergs – que aqui se chamam tempanos – formados pelo gelo desprendido.
Tivemos muita sorte com o tempo. Hoje fez sol o dia todo, céu limpo e a temperatura passou dos 20ºC. E não ventou, o que faz toda a diferença. Aqui o vento é impressionante, zumbe o tempo todo, corta pelo frio e pela velocidade. Ontem quando subimos a montanha a cavalo passamos pelo Paso Del Viento. Dá para imaginar? Uma trilha mínima, num penhasco de mais de 300 metros de altura com um rio pedregoso no fundo, em cima de um cavalo e enfrentando um vento que desequilibrava até os pobres animais. Era melhor ficar de olho fechado, o vento até que justificava.
Ontem à noite experimentei um prato típico que, por ser tão simples, é a nota gastronômica da viagem até agora. Chama-se Pastelera de Choclo. Nada a ver com pastel, nem com chocolate, viu Mauro. É um rústico creme de milho (choclo = milho), bem temperado que foi servido como acompanhamento. Pode ser servido como prato principal adicionando-se carne ao creme. Hoje vou tentar uma outra combinação, depois vamos tentar repetir em Villa Grappa.
Amanhã cedo pegamos nosso jipe e vamos para El Calafate, na Argentina outra vez. Serão pouco menos de 300 km e mais de 5 horas de viagem. Tudo a depender do tempo que vamos gastar na Imigração e Aduana.
Hoje é lua cheia e o céu continua limpo, acho que vamos ter um entardecer inesquecível e uma noite estrelada de luar. É para não esquecer nunca mais.

Um comentário:

  1. Queridos Rô e Edu

    Acompanhar a viagem de vocês é participar de uma maneira muito presente desta maravilhosa experiência.Cada palavra ou foto nos transporta até aí.Com muito carinho,nos vemos brevemente!Angela

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